Comprei um computador. Não era o Mac que tanto queria, mas o PC que podia. Pensei que serviria muito bem para o que pretendia.
O problema é que acho que a máquina ou "percebeu" que só estava ali por ser barata ou deixou-se afectar pelo calor.
A ligação à internet, que costuma ser uma coisa simples, foi uma tremenda dor de cabeça. Desisti e pedi ao técnico para vir cá instalar. Garanto que ele fez tudo o que eu tinha feito, só que a ligação ficou a funcionar. Nessa altura eu ainda não pensava em coisas estranhas.
Noutra altura, depois de uma mudança de local, por esquecimento, deixei o teclado desligado. Ele, solícito, avisou-me: "Atenção! Não foi detectado o teclado. Carregue na tecla tal e tal e continue." Achei uma maravilha de ironia. Não me irritei. Ri-me, liguei o teclado e tudo bem.
Passados uns dias, estava eu a gravar uns cd's de música, surge a mensagem de que a memória estava baixa e pedia para eu fechar programas. Ainda estava eu a tentar descobrir se estava mais algum programa aberto e ele, zás!, desliga-se. O que mais me transtornou não foi ter-se estragado o cd, foi o tempo perdido, pois estava quase a terminar os 80 minutos de gravação. Foi nessa altura que comecei a pensar que, de alguma maneira, o computador percebera que não era o preferido, que era uma solução de recurso e que não me perdoava esse distanciamento, essa frieza, da minha parte.
Mudei de atitude. Comecei a limpá-lo bem, a não bater com força nas teclas, a mantê-lo num lugar importante da sala, a tapá-lo, a não deixar a gata ir deitar-se no monitor, etc. Só que quanto melhor o tratava mais tirano ele se tornava: desligava-se por tudo e por nada, não reconhecia hardware que sempre tinha aceitado, dizia-me que não havia disco na drive, quando eu tinha acabado de colocar um virgem e brilhante azulado.
Comecei a recear as mensagens. Nunca sabia o que podia vir dali. Eram ambíguas, alarmistas (tipo: ocorreu um erro fatal!"), dava informações erradas e gostava de me envergonhar frente aos amigos. Quando eu dizia "querem ver este programa, que saquei da net?", ele escondia-o numa pasta obscura. Até ficheiros por mim criados ele os guardava sem eu saber onde. Acho que só lhe faltou chamar-me ignorante, de caras.
A última dele. Uma amiga recomendou-me um site Espanhol. Fui ver e tentar ouvir as músicas que lá estavam. Acreditam que ainda não consegui ouvir uma completa? Ele desliga-se perto do fim. Sem avisos, sem comentários, sem tugir nem mugir.
Eu sei que este calor transtorna as pessoas, mas nunca tinha ouvido falar do efeito que provoca nos computadores. Ou querem que eu aceite a outra explicação?
O problema é que acho que a máquina ou "percebeu" que só estava ali por ser barata ou deixou-se afectar pelo calor.
A ligação à internet, que costuma ser uma coisa simples, foi uma tremenda dor de cabeça. Desisti e pedi ao técnico para vir cá instalar. Garanto que ele fez tudo o que eu tinha feito, só que a ligação ficou a funcionar. Nessa altura eu ainda não pensava em coisas estranhas.
Noutra altura, depois de uma mudança de local, por esquecimento, deixei o teclado desligado. Ele, solícito, avisou-me: "Atenção! Não foi detectado o teclado. Carregue na tecla tal e tal e continue." Achei uma maravilha de ironia. Não me irritei. Ri-me, liguei o teclado e tudo bem.
Passados uns dias, estava eu a gravar uns cd's de música, surge a mensagem de que a memória estava baixa e pedia para eu fechar programas. Ainda estava eu a tentar descobrir se estava mais algum programa aberto e ele, zás!, desliga-se. O que mais me transtornou não foi ter-se estragado o cd, foi o tempo perdido, pois estava quase a terminar os 80 minutos de gravação. Foi nessa altura que comecei a pensar que, de alguma maneira, o computador percebera que não era o preferido, que era uma solução de recurso e que não me perdoava esse distanciamento, essa frieza, da minha parte.
Mudei de atitude. Comecei a limpá-lo bem, a não bater com força nas teclas, a mantê-lo num lugar importante da sala, a tapá-lo, a não deixar a gata ir deitar-se no monitor, etc. Só que quanto melhor o tratava mais tirano ele se tornava: desligava-se por tudo e por nada, não reconhecia hardware que sempre tinha aceitado, dizia-me que não havia disco na drive, quando eu tinha acabado de colocar um virgem e brilhante azulado.
Comecei a recear as mensagens. Nunca sabia o que podia vir dali. Eram ambíguas, alarmistas (tipo: ocorreu um erro fatal!"), dava informações erradas e gostava de me envergonhar frente aos amigos. Quando eu dizia "querem ver este programa, que saquei da net?", ele escondia-o numa pasta obscura. Até ficheiros por mim criados ele os guardava sem eu saber onde. Acho que só lhe faltou chamar-me ignorante, de caras.
A última dele. Uma amiga recomendou-me um site Espanhol. Fui ver e tentar ouvir as músicas que lá estavam. Acreditam que ainda não consegui ouvir uma completa? Ele desliga-se perto do fim. Sem avisos, sem comentários, sem tugir nem mugir.
Eu sei que este calor transtorna as pessoas, mas nunca tinha ouvido falar do efeito que provoca nos computadores. Ou querem que eu aceite a outra explicação?
3 comentários:
kimporta,
tu não desconfiaste quando, por altura da transação, tiveste de assinar, pagar ( a sorrir), ser gentil e carregar com tudo?
é evidente que não compraste um computador: tu casaste, pah!
Vês! Eu sei lá o que aonteceu para a resposta ao teu post anterior sair em duplicado.
AH! Gosto dessa analogia com o casamento. Mas garanto-te que a separação não custará nada, logo que arranje outra máquina. Parvo que eu sou, claro, tal como no casamento. É melhor calar-me.
Bom fim de semana!
eu vou-te explicar o que aconteceu: o rato do pc tem dois botões. e se os botões são coisinhas muito úteis também são, na sua generalidade, de um discernimento abaixo de básico. às vezes fazem birra mas, no final, acabam sempre por ceder. ora, no caso do teu comentário, aconteceu ele não fazer birra...e se tinha recebido a mesma ordem duas vezes, obedeceu.
(acabei de ganhar mais um degrau para o céu)
quanto ao resto casa-te as vezes que quiseres ou puderes que parvo não serás por isso. sobretudo se te calares.
:)
PS: eu sei que não é fácil, para quem não me conhece, distinguir de quando eu falo a sério ou a brincar. ou antes, de acharem que eu gozo com tudo. quando, mesmo parecendo brincar, nunca gozo com nada (excepção feita à maldade e ignorãncia).
há um conhecido meu que diz que eu sou a cómica mais amarga que ele conhece. não tenho muito dum estatuto ou doutro, embora tenha algo de ambos.
também li em qualquer parte que o humor é o reverso da medalha de uma grande revolta.
talvez...
como tu bem disseste, tudo menos "querida amiga(ou amigo), hoje as flores estavam tão bonitas que colhi esta para ti e mando-a com mil beijinhos (acompanhado dos respectivos desenhos que existem, a granel, na net).
e também ouço, às vezes, dizerem-me: mas tu não te calas?
olha que isto não tem nada a ver com o teu" é melhor calar-me."
Dizem-me mesmo. Acho que se vê porquê :)
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