SEM PALAVRAS

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2009-04-30

AUSÊNCIA

Hoje fui a uma consulta médica. Mas, estranhamente, parecia que se falava de outra pessoa. Ele tratava-me por tu. Sem dúvida que se dirigia a mim. Eu ouvia como se estivesse ausente e, de vez em quando, prestava atenção para depois transmitir a alguém o que ele dizia.

Não me afectavam as decisões por ele tomadas. Nem datas, nem acções, não era nada comigo. Sei que concordei com tudo. Fui eu que recebi o papel com uma série de indicações. Como fui eu que paguei a consulta.

Por onde andei enquanto estava a ser consultado? Não sei, ainda não me encontrei. Mas tenho um recibo e um papel a comprovar que estive lá. Quando aparecer tenho tempo para tomar consciência do que se decidiu sobre mim.