Uma rapariga com quem me escrevo disse-me que a mãe sofria dessa doença. Ela tratava dela aos fins de semana. Não deve ser nada fácil para nenhuma delas, mas pensar que lhe apeteceria mais ir para a farra com os amigos a ter que ficar retida em casa, fez-me impressão. Deve estar na idade de se ir divertir, de fazer novos conhecimentos, experimentar meter um pé na vida. Em vez disso fica retida em casa a chamar mãe a quem não a reconhece. É injusto. Nós já sabemos que a vida não é justa, mas ela ainda está a aprender.
Mas se te falo disto foi porque me espantou uma frase que ela usou, a propósito do gosto de escrever e de tentar manter um diário. Vou tentar reproduzi-la de memória:
"Sim, porque pior que não sabermos quem somos deve ser não nos lembrarmos do que vivemos!"
3 comentários:
Concordo plenamente, estava a ver o seu blog e esta frase espantou-me. Deve ser realmente triste não sabermos pelo que já passámos e quem conhecemos...
É quase como se não tivéssemos existido.Se pensarmos que, em parte, somos aquilo de que nos lembramos, o que temos na nossa memória, apagarem-nos é desaparecermos.
...pior do que nãos nos lembrar-mos quem somos, só mesmo não nos lembrar-mos o que vivemos, certo?!? ...
Habituei-me a esta verdade, no entanto às vezes ainda dói muito!
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