Se queres vir apressa-te que eu tenho as horas à espera e os segundos marcados. Tenho o tempo à justa para os dias que me faltam apanhar.
Não te demores que já te desvaneces na foto que tenho de ti. Tirei-ta quando brincavas com os teus dedos, esquecida de como me magoava não te tocar.
Decide-te e encontramo-nos noutra mentira que me dará a coragem de te deixar. Mergulha no telefone e sai do outro lado da linha ao pé de mim. Deixa-te de hesitações. Vem como estiveres. Vem! Vem, que a minha memória precisa da tua imagem exacta para levar na bagagem definitiva.
Ainda bem que vieste, mas já não te reconheço. Os teus olhos eram castanhos da cor do teu cabelo. Os teus lábios vermelhos como as últimas cerejas que comi dos teus seios. Os teus ombros eram redondos e macios, as pernas longas e saborosas. O teu pescoço...
Porque demoraste tanto a vir ter comigo?
4 comentários:
Era dum suporte - para te veres a ti nesse tempo - que precisavas.
Não era dela.
(Não estou a ser dura. Acontece que conheço essa história. Vivi-a à minha maneira....)
Bjs
E o suporte não podia transformar-se nela? Temos que ser tão duros e nunca ceder com medo de abdicar da nossa personalidade? É assim tão fraca que um momento (uns tempos) a põem em risco?
Ou fui eu que me assustei e devia ter coragem para outro tempo? A vida tem que ser assim tão complicada?
Custa-me aceitar que foi erro meu. Seguimos a vida, mas as marcas ficam, é assim? Parece que foi por tão pouco... Talvez um esforço, uma vontade mais forte, um querer mais decidido.
Se viveste esta história à tua maneira... Não, já fiz demasiadas perguntas.
Eu não estou por dentro para poder responder com propriedade. Todas as tuas perguntas poderão ser de dupla resposta ou não, não sei...
Mas...
Tenho um post que diz uma coisa que li e de que nunca me esqueço:
"Aos lugares e às coisas nunca se volta nem mesmo voltando."
____________________
Bjs
Foste tão incisiva que reagi da "melhor maneira": fuga para a frente com descarga de perguntas. Desculpa. Era-te impossível responderes ao que não escrevi.
Concordo com o teu post. O que passou, passou. Não se pode voltar atrás mesmo regressando.
Enviar um comentário